2005-05-28

MUDAR DE ARES

Invariavelmente os nossos clientes, que nos têm acompanhado estes anos todos, fazem-nos sentir que não gostam da localização da loja em Picoas. Alegam dificuldades várias (acesso, estacionamento, localização, etc) a que não somos insensiveis.
Apesar de estarmos no centro de Lisboa também nós sentimos falta da vivencia bairrista que tinhamos na loja em Benfica. Actualmente estamos numa área de comercio e não numa zona residencial. E nós, assumidamente, continuamos a preferir o contacto familiar e próximo do que o tratamento puramente institucional.
Assim, problema posto, solicitamos aos nossos clientes que nos ajudem e indiquem zonas para as quais gostariam que a Mau Génio mudasse. E se souberem de alguma loja vaga para alugar melhor ainda. Precisamos de uma do mesmo tamanho ou um pouco maior. Queremos crescer e divulgar ainda mais as nossas secções de vinil e de livros. Para melhor os servir. Aguardamos pela Vossa participação e ajuda para continuarmos a ser genialmente maus ao Vosso serviço.

2005-05-24

CRISE? QUAL CRISE?

Os tempos estão dificeis. Governar é uma palavra sem sentido em Portugal. Os politicos, qualquer que seja a cor dos que têm estado no poder, limitam-se a culpar o executivo anterior da oposição e a carregar com novas medidas para estancar o défice.
Marcelo Rebelo de Sousa cessou funções como comentador na TVI por ter tocado a fundo no problema. Os portugueses não entenderam. Como se pode apregoar que estamos em crise e a seguir dá-se uma "ponte" a seguir ao feriado? Tipico dos portugueses. Passamos a vida a falar que ninguém faz nada. E é verdade. Ninguém.
Somos actualmente um país de prestação de serviços. Não produzimos. Não tentamos competir. Limitamo-nos a queixar. Queixamo-nos, queixamo-nos.
As "soluções" que se anunciam antecipadamente não o são. Aumentar os impostos não serve de nada. Rigorosamente nada. Pelo contrário. Vai-nos prejudicar em termos de comercio e concorrencia. Desemprego e miséria.
O unico efeito é que entra dinheiro logo nas contas. Mas podia entrar na mesma de outra maneira. Já nem falo do combate à evasão fiscal. Falo de gastar menos. Muito menos. E bem.
Todos nós portugueses falamos que o país está mal mas quando estão nas repartições e outros locais estatais só se ouve "não faz mal, não sou eu que pago, é o estado". Mas o "esperto" engana-se. É ele que acaba por pagar.
Somos o país da Europa que mais gasta em saúde por habitante. Alguém acredita nisto ou acreditar podemos aceitar o serviço de saúde que temos?
O importante não é só conseguir desbloquear receitas. É necessário que controle os gastos para sermos auto-suficientes.
Podemos tomar algumas medidas que acho poderiam iniciar um processo de recuperação:
- Responsabilizar criminalmente as pessoas por dinheiros publicos gastos indevidamente.
- Tabelar o tecto das reformas. O maximo de uma reforma no nosso país não deveria ultrapassar os 2500 euros mensais.
- Retirar grande parte de regalias dadas (refeições, cartões de credito, motoristas, carros, etc) precisamente a funções de comando que chegam a gastar exorbitancias sem qualquer controlo.
- Criar uma cultura de economia. 1 euro gasto tem de equivaler a 1 euro bem aplicado.

Deve haver mais. Aguardo sugestões.

2005-05-15

UM GRANDE ALBUM AO VIVO

Londres, final de 1979. Estádio de Wembley completamente esgotado para os 6 concertos dos Fleetwood Mac. Era o regresso ansiado. Depois de Rumours. Agora era a vez de Tusk. Ainda hoje um dos mais controversos albuns da história do rock.
Os Fleetwood Mac não eram estrelas. Eram mega-estrelas. E tinham tudo com eles, um passado em blues, um presente em pop rock, casamentos, divorcios, invejas, traições, drogas, etc. Mas tocavam como ninguém.
Por muitos albuns que tenham gravado os Fleetwood Mac ficarão para sempre marcados pela trilogia Fleetwood Mac (1975), Rumours (1977) e Tusk (duplo album - 1979). O duplo ao vivo de 1980 Fleetwood Mac Live é um fiel registo desses anos apimentado por uma excelente versão de Oh Well (de Peter Green), de The Farmer's Daughter (de Brian Wilson) e de 3 originais do nucleo duro de compositores (Lindsey Buckingham, Christine McVie e Stevie Nicks).


Live é um excelente registo do que os Fleetwood Mac eram capazes. Soltavam as amarras do som de estudio e libertavam-se em palco. Secção ritmica irreprensivel com Mick Fleetwood e John Mcvie sempre muito seguros apoiando os devaneios de Lindsey Buckingham na guitarra.
Por falar em guitarra tomem nota dos que passaram na banda: Peter Green, Jeremy Spencer, Danny Kirwan, Bob Welch, Lindsey Buckingham e Billy Brunette!!! Mete respeito.
Depois temos as vozes. O lado masculino de Lindsey equilibrava a luta feminina entre a classe e charme de Christine McVie e a exotismo e misterioso de Stevie Nicks.
Pontos altos? Monday Morning, Sara (fantastica versão), Not That Funny, Go Your Own Way e The Farmer's Daughter.
Pode encontrar esta semana o duplo CD na Mau Génio. Sobre os Fleetwood Mac e suas aventuras voltaremos a falar...

2005-05-09

A IMPORTANCIA DO FUTEBOL

Parece-me a mim que anda tudo doido com a bola. Hoje em dia, vê-se diáriamente as mulheres a discutirem os mais variados jogos. Podem chamar-lhe igualdade ou evolução. Para mim é apenas o nivelamento por baixo da nossa cultura.

Depois, quem mais devia ter responsabilidades...diz o que diz.
Vamos aos factos: 1. Sou benfiquista. Mas nãovejo só vermelho. 2.Esta jornada teve mais uns lampejos de inteligencia dos nossos treinadores, dirigentes e publico. Vejamos:
PENAFIEL, 1 - BENFICA, 0 -> Luis Filipe Vieira, presidente do Benfica, queixou-se no final do jogo de perseguições e da arbitragem. Mas será que ele viu o mesmo jogo do que eu? Sim, porque durante o jogo, a televisão mostrou-o a rir-se despreocupadamente enquanto eu, em casa, via o Benfica sisudo e preocupado. Atitudes...
Não sou propriamente um adepto de Trappatoni. Prefiro Camacho. Mas respeito-o. E soube dizer a verdade. Não conseguiram chegar à baliza do Penafiel. Tá tudo dito. Mais palavras para quê? Foi isto que se passou!
Quanto à arbitragem não tenho mesmo nada a dizer.
MOREIRENSE, 1 - F.C. PORTO, 1 --> Gosto de ouvir o José Couceiro falar. O problema dele nem é tanto o que diz, é acreditar mesmo no que diz! Só por isso merece ser ouvido. Aquela queixa dele que ficaram reduzidos a 10 é tão absurda quanto patética. Que culpa tem o arbitro que o Quaresma se tenha dirigido a ele tão elegantemente? Haja decoro! Se o Quaresma tivesse um desabafo desses no treino com o treinador provavelmente era suspenso. Tenham vergonha e pensem antes de falar...
SPORTING, 1 - V. GUIMARÃES, 0 --> O publico e Liedson ficaram muito escandalizados com o cartão amarelo que o arbitro lhe deu aos 91m por ter pontapeado a bola para longe. Agora vão cair uma semana inteira a dizer que o arbitro beneficiou o Benfica...
Tudo isto porque o Liedson, vejam bem, tinha 4 amarelos, estava em risco de suspensão, e emandou a bola para longe queimando tempo. As regras são claras: cartão amarelo. Mas, aviso-os desde já, as regras são só para os outros. Para os nossos é uma injustiça infame!
Falta ainda ouvir os comentarios sempre elevados de Dias da Cunha durante a semana...

2005-05-01

UM CD DOS STYX A NÃO PERDER

Temos muitos bons CD's na nossa loja mas alguns merecem ser destacados pela importancia que continuam a ter tantos anos depois. Neste caso refiro-me ao album "Cornerstone" dos norte-americanos STYX.
Editado originalmente em 1979, "Cornerstone", faz parte do trajecto inesquecivel que começou em "Crystal Ball" de 1976 e culminou com o portentoso "Paradise Theater" em 1980. Em 1982 a banda ainda editaria "Kilroy Was Here" mas era o já o prenuncio do fim...criativo. Até aos dias de hoje gravaram muitos mais albuns com diversas formações mas já não são os...STYX.
O impressionante em "Crystal Ball", "Equinox", "The Grand Illusion", "Pieces of Eight", "Cornerstone" e "Paradise Theater" é a vitalidade das composições, as mudanças de ritmo, as vozes, os arranjos irrepreensiveis e uma produção soberba como caracterizou o melhor rock FM americano no final dos anos 70 e principio doe 80. Cinco grandes musicos na plenitude das suas capacidades com destaque para Dennis De Young e Tommy Shaw.

"Cornerstone" é sem duvida um album perfeito e a ouvir vezes sem conta. Do mega hit "Babe" passando pelo rock trabalhado de "Lights" e "Why Me" até ouvirmos maravilhados a harmonia de "Boat On The River" tudo é pensado ao mais pequeno pormenor. Os STYX em grande nivel e para a eternidade!