REGRESSO AO FUTURO

Os FLEETWOOD MAC têm um problema sério. São muito bons. Fazem albuns muito acima da média. Foram-no no blues e no pop. Esta ultima fase rendeu-lhes proveitos na ordem dos milhões. O quinteto Mick Fleetwood, John McVie, Christine McVie, Lindsey Buckingham e Stevie Nicks ganhou uma dimensão a nivel planetária com os 27 milhões de cópias vendidas de "Rumours" (1977). Dez anos depois gravariam o ultimo album de estudio juntos "Tango In The Night".

Os albuns seguintes tiveram sempre ausencias do trio criativo (Lindsey, Stevie e Christine) e em 2003 tentaram voltar em força após prolongada ausencia.
Christine McVie não aceitou voltar apenas porque não desejava ir em tournée. O quinteto de luxo virou quarteto e foi para estudio gravar "Say You Will"(5/5).Ao contrário de todos os outros regressos, os FLEETWOOD MAC, souberam chegar ao mercado com um album que faz a diferença. Lindsey Buckingham prova mais uma vez a excelencia de guitarrista que é. Canta, compõe e produz um album dividido com Stevie Nicks apoiado pela intocavel secção ritmica de Mick and John.

Não há banda no mundo que toque com tanta classe. Pena é que o album não seja contemplado com o charme de Christine McVie e que não tenha sido duplo como Lindsey Buckingham tanto desejou.
Na primeira semana o album chegou ao 3º lugar do EUA ultapassando muitos gigantes da actualidade. A conhecer no auricular desta semana.

ROCK PROGRESSIVO ITALIANO

O Rock Sinfónico e Progressivo está de volta e em força. Aos quarentões e cinquentões que fizeram "renascer" o género juntaram-se os borbulhas dos vinte e trinta anos. E é vê-los pasmados por descobrirem o quanto todas aquelas bandas tocavam.
Num primeiro momento conhecem os clássicos mediáticos como os Genesis, Yes, Marillion, Jethro Tull, Gentle Giant, Van Der Graaf, Triumvirat, Rick Wakeman, Renaissance, Camel, etc, etc.

A seguir procuram um pouco mais e experimentam os Gryphon, Fantasy, Fruupp, Happy The Man e Illusion. E acabam por se aventurar no mundo fabuloso do rock progressivo italiano da década de 70. São eles os Premiata Forneria Marconi, Banco del Mutuo Soccorso, Le Orme, Semiramis, Metamorfosi, Il Rovescio Della Medaglia, Reale Accademia de Musica entre muitos outros.É dos 2 primeiros que temos 2 albuns, versão Digipack 24-bit, ao dispor dos nossos clientes. Qualquer deles do melhor que a musica moderna nos ofereceu. Ambos 5/5.

UM SOM MUITO FIXE

Não restam duvidas que o rock progressivo volta a estar na moda. Talvez devido à sua sonoridade intemporal. Em Portugal tivemos poucos mas bons casos de notoriedade. Nada que se pareça com os italianos, mestres supremos do movimento progressista.

Recentemente os FORGOTTEN SUNS voltam a provocar que se fale do nosso país graças aos 2 albuns da sua curta carreira e que merecem alguma notoriedade na imprensa internacional especializada.
O album "Fiction Edge 1" (2000) e o duplo album "Snooze" (2004) demonstram as virtudes conceptuais e as influencias da banda. Não restam duvidas que os rapazes ouviram muito nas suas infancias os Marillion e o próprio Fish a solo. Fizeram-no bem.Para quem gosta destas sonoridades e de descobrir novas bandas temos disponivel o duplo "Snooze" (4/5) na Mau Génio.

O SITIO DO PICAPAU AMARELO

"A vila" é mais um daqueles filmes que ficam para sempre na nossa memória. Excelente enredo, grandes interpretações, boa fotografia, produção cuidada e uma tremenda banda sonora.

James Newton Howard é um especialista em musica para filmes produzindo em série. Mas de quando em quando obtem uma obra prima. Esta partitura é uma delas. Melhor só mesmo "Snow Falling on Cedars".Esta semana na Mau Génio juntamente a mais excelente e variado lote que entra no nosso catálogo e com algumas preciosidades e raridades a não perder.

A MAGIC J. GEILS BAND

Quem não se lembra de "Centerfold", a musica que meio mundo cantarolava e assaltou os tops nos 5 continentes? Os autores eram uma banda já com muitos anos de carreira.

A J. Geils Band, oriunda de Detroit, teve sempre a mesma formação desde o album inicial "J. Geils Band", 1970, até ao penultimo album, o ao vivo "Showtime", 1982, altura em que Peter Wolf desertou das loucuras moderno criativas de Seth Justman.Os J. GEILS BAND brilharam, entre outros albuns, em "The Morning After", 1972, "Live Full House", 1973, "Blow Your Face Out", 1976, "Sanctuary", 1978, "Love Stinks", 1980 e "Freeze Frame" de 1981.

O album final "You're Gettin Even While I'm Gettin Odd", 1984, conta com o teclista Seth Justman, com o baterista Daniel Klein e o fabuloso homem da harmonica Magic Dick nas vocais. Este album, de concepção arrojada para a época, não foi compreendido, tornou-se um estrondoso flop e a banda acabou. Mas 21 anos depois é um album fantástico. Existe apenas uma edição japonesa de 500 exemplares em CD e é muito procurada atingindo valores superiores aos 100 dolares. Claro que tenho um.Depois, cada um foi por si. Peter Wolf iniciou uma carreira a solo com o mega raro "Lights Out", 1984, brilhando ainda em "Long Line", 1996, e no seguinte "Fool's Parade", 1998.

O guitarrista Jay Geils e Magic Dick uniram esforços e abraçaram um projecto cuja sonoridade voltava ao som inicial dos primeiros albuns da banda. Blues da melhor qualidade patente em "Bluestime" de 1994 e "Little Car Blues" de 1996.
São estes 2 excelentes albuns que temos disponiveis na Mau Génio para os apreciadores de boa musica. A não perder de forma alguma.

UMA SEMANA EM GRANDE

Vai ser uma semana em grande com um excelente lote de boa musica para animar todos quantos nos acompanham.
Alguns albuns dificeis de encontrar aos preços que praticamos. Falo por exemplo dos DURUTTI COLUMN com 4 albuns diferentes e peças unicas. Falo também do fantástico album dos THE ZOO (superbanda de Mick Fleetwood, Billy Thorpe e Bekka Bramlett) "Shakin The Cage". Mas há mais, muito mais.
Alguns excelentes albuns de bandas menos conhecidas serão alvo de atenção no blog e ainda no Auricular da proxima semana. Estejam atentos. Vale a pena descobrir.
Vai valer a pena adquirir o ultimo album de Devendra Banhart e "It's a Wonderful Life" dos fabulosos SPARKLEHORSE!!!
No Jazz, de que sou particularmente adepto, um lote da melhor qualidade para os melhores ouvidos. Desde o mestre MILES DAVIS passando pela fabulosa ERNESTINE ANDERSON e acabando no génio BROTHER JACK McDUFF.
A musica classica também será reforçada qualitativamente. Teremos alguma musica contemporanea da ECM. Fiquem bem.

2005 - O BALANÇO FINAL

Os anos 60, 70 e 80 foram tão ricos musicalmente que ofuscaram por completo as duas décadas seguintes. Muitos saudosistas queixam-se da falta de qualidade dos musicos e bandas actuais. Não concordo. Esta década tem sido muito boa. Basta estar atento, procurar um pouco e ignorar radios, televisões e derivados.
Este balanço está obviamente limitado ao universo que tive conhecimento ao longo do mesmo.

ARTISTA

Sem qualquer duvida, RYAN ADAMS! Depois de 2 anos em que andou perdido a gravar disparates o homem lançou em 2005 o duplo album "Cold Roses", o album "Jacksonville City Nights" e ainda o obscuro "29". Todos albuns 5/5!

ALBUNS

Os canadianos ARCADE FIRE e o imparável "Funeral" são incontornáveis apesar de o album ter saído no final de 2004. Temos ainda os brilharetes de GREY DELISLE "Iron Flowers", SOUTH SAN GABRIEL "The Carlton Chronicles", BRIGHT EYES "I'm Wide Awake It's Morning", MAGIC NUMBERS "Magic Numbers", PATRICIA VONNE "Guitars & Castanets", RUFUS WAINWRIGHT "Want Two", MY MORNING JACKET "Z", DEVENDRA BANHART "Cripple Crow", JACKSON BROWNE "Solo Acoustic Vol 1", THE NATIONAL "Alligator", SUFJAN STEVENS "Illinois", ALVIN YOUNGBLOOD HART "Motivational Speaker", WOVEN HAND "Consider The Birds" (projecto paralelo do mentor dos 16 HORSEPOWER), SIGUR ROS "Takk" e para finalizar os portugueses THE UNPLAYABLE SOFA GUITAR com "Rocky Grounds, Big Sky".

A EVITAR

Os FRANZ FERDINAND a fazerem de BEATLES em "Eleanor Put Your Boots On" e os xaroposos COLDPLAY que já não se conseguem ouvir.

MORTE

Foram muitos os musicos que faleceram durante o ano mas 2005 ficará marcado fundamentalmente pelo fim da editora coreana M2U Records. Especializada no formato MINI LP CD era a unica editora do mundo a superar as edições japoneses. Invulgar trabalho gráfico aliado a uma escolha criteriosa de excelentes bandas de folk e rock progressivo dos anos 70 em edições rigorosamente limitadas. Os portugueses SAGA "Homo Sapiens", PETRUS CASTRUS "Ascenção e Queda" e JOSÉ CID com "10.000 Anos Entre Vénus e Marte" foram contemplados e em equação estava a edição de 2 albuns dos ANANGA-RANGA. Foi uma perda irremediavel no mundo da musica.

UMA GRANDE PASSAGEM DE ANO

A Mau Génio mudou o ano com um dos grandes albuns do ano e que a imprensa portuguesa fez o favor de ignorar. Trata-se de "The Carlton Chronicles" dos SOUTH SAN GABRIEL. É um orgulho para nós disponibilizarmos um album destes aos nossos clientes.

Votos de um bom ano de 2006, cheio de boa musica!